domingo, 12 de dezembro de 2010

Aprendizagem

São muitos os estudos e teorias sobre a aprendizagem e, especialmente, sobre a classificação das diferentes concepções de aprendizagem, também denominadas correntes epistemológicas.
Entende-se que a aprendizagem não é uma mera aquisição de informações, não acontece a partir de uma simples associação de ideias armazenadas na memória, mas um processo interno, activo e interpessoal.
A aprendizagem é uma mudança que ocorre no comportamento em resultado da prática, sendo esta mudança mais ou menos permanente e estável. Aprender significa, portanto, mudar depois da experiência vivida. Pressupõe, como tal, uma interacção entre o sujeito, os seus comportamentos e o seu contexto de vida.
Os contextos de vida das pessoas são ricos em memórias extremamente importantes para a sua individualidade. Aquilo que cada um de nós recorda é diferente daquilo que os outros se lembram, mesmo no que diz respeito a situações em que estivemos juntos. Apesar da individualidade das nossas memórias, todos nos recordamos de eventos, factos, emoções e desempenhos – alguns por um período curto, outros para toda a vida.
O cérebro possui múltiplos sistemas de memória. Sabe-se agora que a formação de novas memórias depende da plasticidade sináptica e que também se melhora a memória, através do treino, da recordação de factos, eventos e coisas.
A aprendizagem constitui uma mudança de comportamento resultante da experiência. É uma resposta modificada, estável e duradoura, interiorizada e consolidada, no próprio cérebro do indivíduo.
A aprendizagem do código linguístico baseia-se no conhecimento adquirido em relação a objectos, acções, locais… Resulta da interacção complexa entre as capacidades biológicas inatas e a estimulação ambiental e evolui de acordo com a progressão do desenvolvimento.
A linguagem está no campo das relações e não no corpo, ou no sistema nervoso central. As palavras são gestos e sons que participam como elementos consensuais numa dinâmica recursiva de coordenações, que constituem a linguagem. De outra forma, quando um observador, ao conversar, dá significado a uma palavra ou gesto, ele está fazendo uma conotação às coordenações consensuais de conduta, ou seja, a linguagem.

A FENPROF alertou que a educação de crianças com necessidades especiais




A FENPROF alertou que a educação de crianças com necessidades especiais está em risco por causa das medidas previstas no Orçamento do Estado (OE) para 2011, que prevê uma «redução de verbas» na área.

«A escola inclusiva pode estar em riscos se estas forem aplicadas de forma cega», disse Manuel Rodrigues, da FENPROF, numa conferência de imprensa, em Lisboa, citado pela Lusa.
O dirigente da Federação Nacional dos Professores referiu que a redução prevista é de 803 milhões de euros, «com incidência na redução de recursos educativos, desinvestimento na formação de pessoal, redução de apoios sociais ou corte do estudo acompanhado».
A estrutura sindical prevê que com estes cortes haja uma redução de cerca de 30 mil professores nas escolas no próximo ano lectivo.
«Isto cria uma situação drástica para os alunos com necessidades especiais que se reflecte em turmas com mais alunos, cortes nos apoios especiais ou no fim de áreas de acompanhamento», afirmou Manuel Rodrigues.
A FENPROF alerta que «continuam a faltar milhares de docentes de Educação Especial, que não são substituídos quando se ausentam por longos períodos, bem como assistentes operacionais e técnicos especializados, muito importantes para a inclusão destes alunos».
De acordo com a estrutura sindical, falta também formação para os docentes e assistentes operacionais que lidam com estes alunos, bem como material técnico específico.
O sindicalista salientou ainda que há escolas onde foram constituídas turmas que incluem alunos com necessidades educativas especiais com mais de 20 estudantes, «contrariando a lei».
O alerta da FENPROF é corroborado pela Associação Portuguesa de Deficientes, cujo presidente, Humberto Santos, defende que «é fundamental definir novas políticas educativas».