sexta-feira, 26 de novembro de 2010

RESENHA HISTÓRICA DEFICIÊNCIA

Nas sociedades primitivas, o pensamento social em relação à deficiência era caracterizado como mágico – religioso, concebia a diferença como uma ameaça, sendo o indivíduo portador de deficiência “olhado” com superstição de malignidade.
Na idade antiga, a sociedade espartana, por possuir uma cultura de culto ao corpo, reconhecia como legítimo o extermínio dos deficientes, já que não admitia a sua condição humana.
Para os Egípcios a deficiência era indiciadora e portadora de benesses e, por isso, divinizava-se.
Para os Romanos e Gregos pressagiava males futuros, os quais se afastavam abandonando as crianças com deficiência.
Ao longo da história tem-se verificado, segundo Correia (1999), posições políticas extremas de exclusão social, levadas a efeito na Antiga Grécia, onde as pessoas com deficiência eram condenadas à morte, não admitindo a sua existência. Segundo Fernandes (2002) são condições de natureza pragmática e religioso que estão na base deste extermínio
Na Idade Média a sociedade era dominada pela religião e pelo divino, pensava-se que a deficiência provinha das forças demoníacas. As pessoas físicas ou mentalmente diferentes eram associadas à imagem do diabo e a actos de feitiçaria.
Esta concepção muda com o Cristianismo, a Igreja tem um papel determinante na evolução social. De acordo com  Fernandes (2002), existe uma atitude orientada para o proteccionismo, sendo a percepção  dominante  a obtenção de graças de Deus, trata-se bem os deficientes. 
Com a expansão do cristianismo, a sobrevivência das pessoas com deficiência foi garantida pela caridade. De acordo com Pessotti (1984), os deficientes deixaram de ser abandonados ou eliminados, já que receberam o status de “humanos”, provenientes de “Deus”, agraciados por terem uma “alma”.
Mais tarde com o Renascimento emergem diferentes perspectivas ideológicas que vão reflectir-se nos conceitos de deficiência e na intervenção a ter em relação a elas.
A perspectiva meramente assitencial dá lugar a uma  concepção diferente de deficiência, em que o social pode ser rentabilizado, tornando-se produtiva. A perspectiva de deficiente enquanto ser susceptível de treino e educação passou a ter carácter utilitário, no sentido de desenvolver actividades.
Esta consciencialização de carácter utilitário do deficiente pela sociedade, permitiram do ponto de vista educativo e social, olhar para os direitos das pessoas com deficiência.
Assim, surge o conceito de normalização, segundo Wolfensberger (1972), reconhece às pessoas com deficiência os mesmos direitos de outros cidadãos do mesmo grupo etário, em aceitá-los de acordo com a sua especificidade própria, proporcionando-lhes os serviços da comunidade, que contribuiu para desenvolver as suas potencialidades, de modo a que o seu comportamento se aproximou dos modelos considerados “normais”.