quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Educação: Mais de uma centena de psicólogos deslocam-se sexta feira à DREN para exigir colocação

Porto, 30 set (Lusa) -- Cerca de centena e meia de psicólogos que desempenharam funções em contexto escolar deslocam-se sexta feira à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) para tentar obter respostas sobre o processo de contratações para o corrente ano letivo.
Em declarações hoje prestadas à agência Lusa, Jorge Humberto, representante do Grupo PSISCOLAS, explicou que esta decisão foi tomada na sequência de várias tentativas infrutíferas para obter uma clarificação sobre a situação destes profissionais junto da DREN e do Ministério da Educação.
"O ano letivo começou a 13 de setembro e ainda não foi dada qualquer instrução relativa à contratação de psicólogos para as escolas. Estamos na situação de desempregados desde 31 de agosto a aguardar, na total incerteza, que seja autorizada a abertura de vagas para o corrente ano letivo", disse o especialista.



Este texto da agência Lusa foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO AUTISMO



INTERACÇÃO SOCIAL

Défice qualitativo na Interacção social, manifestado pelo menos por duas das seguintes características:

  • acentuado défice no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como o contacto visual, a expressão facial, a postura e os gestos reguladores da interacção social;
  • incapacidade para desenvolver relações com os companheiros, adequadas ao nível de desenvolvimento;
  • ausência da tendência espontânea para partilhar prazeres, interesses ou objectivos (por exemplo, não mostrar, trazer ou indicar objectos de interesse) com os outros;
  • falta de reciprocidadesocial ou emocional.
COMUNICAÇÃO

Défice qualitativo na comunicação, manifestado pelo menos por uma das seguintes características:

  • atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral (não acompanhada de tentativas para compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como: gestos ou mimica);
  • uma acentuada incapacidade na competência para iniciar ou manter uma conversação com os outros, nos sujeitos com um discurso adequado;
  • uso estereotipado ou repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática;
  • ausência de jogo realista espontâneo, variado, ou de jogo social imitativo adequado ao nível de desenvolvimento.
COMPORTAMENTO REPETITIVO

Défice qualitativo no comportamento repetitivo, manifestado pelo menos por uma das seguintes características:

  • preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais, quer na intensidade quer no seu objectivo;
  • adesão, aparentemente inflexível, a rotinas ou rituais especifícos, não funcionais;
  • manerismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo);
  • preocupação persistente com parte de objectos.


CRITÉRIOS DIAGNÓSTICO AUTISMO

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Portal da Educação
Quarta-feira, 29 de Setembro de 2010


Escolas sem psicólogos


Abertura de vagas para a contratação de psicólogos ainda não foi autorizada. Neste momento, mais de 360 mil alunos estarão sem apoio nesta área. A comunidade educativa salienta a importância dos profissionais e o seu papel nas dinâmicas e projectos escolares.

O alerta partiu do Grupo de Profissionais de Psicologia em Contexto Escolar (Psiscolas): a abertura de vagas para a contratação de psicólogos ainda não foi autorizada. O grupo não tardou a fazer as contas. "O número de agrupamentos que estará este ano lectivo sem serviço de psicologia rondará os 300. Utilizando um intervalo médio de 1200 a 1500 alunos por agrupamento, podemos sugerir que entre 360 mil e 450 mil alunos estão, neste momento, sem este serviço", adiantou, à Lusa, Pedro Teixeira, um dos representantes do Psiscolas.

As excepções residem nas contratações já feitas pelos agrupamentos TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) e pelas estruturas escolares com autonomia especial. Mesmo assim, a situação é, para o grupo Psiscolas, preocupante. "A maioria dos psicólogos contratados em anos anteriores para desenvolvimento de projectos nas escolas está, desde 31 de Agosto, desempregada, a aguardar pacientemente e na total incerteza que seja autorizada a abertura de vagas para o corrente ano lectivo", sustenta Pedro Teixeira.

A incerteza está instalada e em causa estão apoios ao desenvolvimento psicológico dos alunos, à sua orientação escolar e profissional e às próprias actividades educativas. Os psicólogos têm sido também responsáveis pela aplicação de projectos de combate ao insucesso escolar. O Psiscolas defende um vínculo estável para os psicólogos para que assim possam entrar e progredir na carreira.

A Escola Secundária José Estêvão, em Aveiro, tem um psicólogo para um universo de 950 alunos. Um profissional que conhece os cantos da casa, mas, mesmo assim, não tem tido mãos a medir para dar resposta às solicitações. "O psicólogo acompanha todos os casos que precisam de acompanhamento, não chega para as encomendas", comenta Alcino Carvalho, director da secundária aveirense. Na sua opinião, e se tudo pudesse ser perfeito, o ideal seria ter uma equipa multidisciplinar em cada escola que se concentrasse em várias situações que dizem respeito à comunidade educativa e que, por vezes, não têm o tratamento adequado.

Alcino Carvalho está satisfeito com o trabalho do técnico de psicologia que integra o conselho pedagógico da escola. Além das tarefas inerentes a essa pertença, o psicólogo tem ainda de estar atento às questões relacionadas com a vocação profissional, acompanhar casos mais complexos e fazer a ponte entre alunos, professores e famílias. Para o responsável, os psicólogos "são fundamentais nas dinâmicas próprias das escolas". Quer em ouvir os alunos individualmente, quer na sua participação em projectos que envolvam a comunidade educativa e que a todos diz respeito.

Catarina Agante é psicóloga do serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento de Miragaia e realça, naturalmente, a importância do papel desses profissionais nas escolas e em novas realidades que este ano lectivo despontam. "Os psicólogos são essenciais no contexto escolar, como outros profissionais", sublinha. E há muito para fazer. Desde uma avaliação da própria cultura pedagógica, a respostas a necessidades psíquicas e afectivas. Para que quem precisa de uma mão amiga encontre uma porta aberta.

A instabilidade social e económica, tantas vezes falada e sentida em casa, reflecte-se na escola. Também por isso a existência de psicólogos nas escolas faz todo o sentido. "Justificam-se mais profissionais nesta área até porque há necessidade de trabalhar com as colegas de ensino especial." E não só. O envolvimento dos psicólogos em projectos de educação para a saúde é igualmente bem-vindo, como outras actividades de apoio. Além disso, a fusão de vários agrupamentos demonstra uma nova realidade. Catarina Agante alerta para essa situação e sustenta que é preciso dar respostas em contextos mais abrangentes. A área de intervenção esticou. "Houve uma reorganização e é necessário acautelar o rácio de profissionais à realidade que temos agora", sublinha.

Paula Monteiro é psicóloga, formadora na área e acompanha famílias na resolução de várias problemáticas. Há dois patamares que destaca na intervenção dos psicólogos em contexto escolar. Na orientação vocacional e nas questões que envolvem o insucesso escolar. "Obviamente que a sua intervenção não se resume a estas duas áreas", repara. Na sua perspectiva, é importante a presença nas escolas de um profissional habilitado que conduza as consultas psicológicas e de orientação vocacional, em idades delicadas e em que ter alguém para escutar pode fazer a diferença.

O psicólogo é também uma peça fundamental no que diz respeito ao combate ao insucesso escolar. "Há muitas razões que ajudam a explicar o insucesso escolar e que não se restringem à falta de estudo ou problemas de aprendizagem", sustenta Paula Monteiro. Há outros motivos que, realça, "normalmente só podem ser identificados por uma pessoa que está treinada para os identificar". Há questões transversais - como, por exemplo, a falta de comunicação com os pais - que podem ajudar a perceber a falta de aproveitamento de alguns estudantes.

Fenprof alerta para turmas que não cumprem normas legais

PÚBLICO 29/10/2010

A existência de vários casos concretos de turmas já constituídas em que não é cumprida a legislação em relação às crianças com necessidades educativas especiais (NEE) está entre as denúncias que a Federação Nacional de Professores (Fenprof) levará hoje aos responsáveis da Inspecção-Geral de Educação (IGE), aos quais vai pedir que intervenham para corrigir "ilegalidades" e "arbitrariedades".