segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PRESPECTIVA EVOLUTIVA DO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

PRESPECTIVA EVOLUTIVA DO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM


Por Manuel Ferreira
            As teorias de aprendizagem procuram conhecer a dinâmica envolvida nos actos de ensinar e aprender, partindo do reconhecimento da evolução cognitiva do homem, e tentam explicar a relação entre o conhecimento pré-existente e o novo conhecimento. A aprendizagem não é apenas inteligência e construção de conhecimento, mas, basicamente, a identificação pessoal e a interacção entre as pessoas.
A aprendizagem compreende por consequência uma relação integrada entre o indivíduo e o seu envolvimento, do qual resulta uma plasticidade adaptativa de comportamento ou de condutas.
De acordo com (NORONHA & NORONHA, 1985) aprender é incorporar um novo comportamento, entendendo-se o comportamento como um acto humano, com sentido, uma forma de comunicar e expressar desejos. O indivíduo é único, logo atribui significado próprio a cada um dos seus comportamentos, que diferem do significado atribuídos pelos outros indivíduos.
Pode dizer-se que o cérebro é no seu todo, funcional e estrutural, responsável pela aprendizagem e esta é uma resultante de complexas operações neurofisiológicas e neuropsicológicas. Tais operações associam, combinam e organizam, estímulos com respostas, assimilações com acomodações, situações com acções, gnósias com práxias, etc.
As teorias conexionistas estímulo-resposta defenderam que a aprendizagem depende da relação compreendida entre o estímulo e a resposta.
            A abordagem Sknneriana assenta na concepção de uma aprendizagem sem erros, a avaliação é centrada nos resultados e nos objectivos não alcançados, deve permitir um feedback preciso do que ainda falta ensinar. Os exercícios de repetição preenchem grandes espaços de tempo na aula.
Os behavioristas avançaram quatro hipóteses: a hipótese da associação entre estímulo e a resposta; a hipótese da adaptação positiva, isto é, a lei de frequência de Watson; a hipótese do hábito e ocorrência, e por último, a hipótese do condicionamento, isto é, a evocação de respostas por estímulos incondicionados (inatos e invariantes).
A teoria behaviorista da aprendizagem escolar tem como pressuposto alcançar comportamentos adaptados por parte dos alunos, basicamente entendidos como acomodação e modificação de respostas, assim, se a resposta emitida for a desejada haverá reforço.
Podemos encontrar algumas dificuldades nesta teoria, quando o aluno é passivo e mero reprodutor de informação e tarefas, quando não desenvolve a criatividade ou não dá relevo à curiosidade e motivação intrínseca, já que o ensino realça o saber fazer ou a aquisição e manutenção de respostas.
Os gestaltistas transformam a noção de aprendizagem, em relações interiorizadas de significação entre o estímulo e a resposta, quer no todo, quer nas partes que a compõem, a que chamaram “insight”.

O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÀO

Por Manuel Ferreira

O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÀO


A escola, enquanto meio educativo, exerce influência em todas as crianças e, sobremaneira, nas crianças com Necessidades Educativas Especiais. É, por isso, fundamental que o docente da turma consiga transmitir sentimentos positivos e demonstrar afecto, particularmente, junto dos alunos “diferentes”. Tal atitude promove a inclusão, desperta sentimentos idênticos nas outras crianças que rapidamente adoptam as mesmas atitudes e promovem um ambiente confortável e essencial para que a experiência educativa tenha sucesso e seja gratificante para todos os alunos.

A colaboração e cooperação entre os diversos intervenientes no processo educativo, da criança com Necessidades Educativas Especiais, nomeadamente pais, educadores, Directores, terapeutas, psicólogos…, são o ponto fulcral do sucesso educativo. Quanto maior e mais alargado for o leque de conhecimentos que o docente possui acerca da criança e da sua problemática, melhor será o trabalho de adequação que este tem de realizar.

INCLUSÃO E PRÁTICAS EDUCATIVAS DO DOCENTE. 

Situando-se os docentes na mediação entre os normativos legais e as práticas escolares, estes são actores privilegiados no processo educativo de todos os alunos, em especial quando nos referimos a alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou problemas de comportamento, tendo em conta as problemáticas que estas situações escolares colocam. As percepções, as crenças, as expectativas, enfim as atitudes dos docentes têm uma importância fundamental na implementação da mudança para o sucesso da Inclusão Educativa. 

Assim, é amplamente reconhecido que, embora a Inclusão Educativa possa ser imposta por lei, tal não resulta, porque o modo como o docente responde às necessidades dos seus alunos é, sem dúvida, uma variável muito mais poderosa para determinar o êxito da integração do que qualquer estratégia administrativa ou curricular.

Com o paradigma, emergente, da Escola Inclusiva, os docentes enfrentam situações que, certamente implicam mudanças a todos os níveis, sobretudo nas práticas educativas. As mudanças com vista à reestruturação e diversificação das formas de apoio educativo e a implementação de novos modelos pedagógicos de cooperação.

PERSPECTIVA EVOLUTIVA DA INCLUSÃO

POR MANUEL FERREIRA

PERSPECTIVA EVOLUTIVA DA INCLUSÃO


Ao longo dos tempos até à época actual, o conceito de NEE, evidenciou-se ao ser utilizado no Warnock Report, em Maio de 1978. Esta designação, segundo (WARNOCK, 1978:37) ocorre permanente não “em termos de uma dificuldade particular da criança, mas em relação a tudo sobre ela, capacidades, incapacidades e todos os factos importantes no progresso educativo”

O movimento humanista e social, em Portugal, segundo (CORREIA L. M., 2008:20) “pretende que o aluno com NEE, seja qual for a severidade da sua problemática, participe em todos os aspectos da vida escolar, sendo a classe regular a modalidade de atendimento primeira a considerar”. Na continuidade deste pensamento, a escola, terá de se afastar de modelos de ensino aprendizagem centrados no currículo, passando a dar relevo a modelos centrados nos alunos, em que a construção do ensino tenha por base as necessidades e características singulares.

O conceito de educação inclusiva tem-se alterado e assume hoje, uma filosofia no processo de educação, principalmente dos alunos com Necessidades Educativas Especiais, em alguns princípios, dos quais se destacam, conforme (CORREIA L. M., 2008:16), que “todos os alunos, independentemente da sua raça, condição linguística ou económica, sexo, orientação sexual, idade, capacidades de aprendizagem, estilos de aprendizagem, etnia, cultura e religião, têm direito a ser educados em ambientes inclusivos; todos os alunos são capazes de aprender e de contribuir para a sociedade onde estão inseridos; todos os alunos devem ter oportunidades iguais de acesso a serviços de apoio especializados, quando deles necessitarem, que se traduzam em práticas educativas ajustadas às suas capacidades e necessidades; todos os alunos devem ter a oportunidade de trabalhar em grupo e de participar em actividades extra-escolares e em eventos comunitários, sociais e recreativos e todos os alunos devem ser ensinados a apreciar as diferenças e similaridades do ser humano”

Assim, estamos perante escola inclusiva quando a criança ou jovem que se sinta protegido e seguro, possa entregar à descoberta e participação, nas vertentes cognitiva e social.

DESENVOLVIMENTO PENSAMENTO MORAL

POR MANUEL FERREIRA
O desenvolvimento do pensamento moral, a dimensão moral do desenvolvimento psicólogico,  refere-se ao respeito, por parte do indíviduo, pelas regras sociais e ao desenvolvimento do sentido de justiça no sentido da reciprocidade e da igualdade, que segundo  (PIAGET, 1932), conceptualizou o desenvolvimento moral segundo dois tipos de pensamento, a moral heterónoma e a moral autónoma.
A moral heterónoma é determinada pelas suas consequências materiais, independentemente das intenções. O comportamento “bom”, do ponto vista moral é o que está conforme as regras estabelecidas pela autoridade adulta e que não envolve a punição. O realismo moral reporta-se à concepção de que os deveres e os valores, que a eles se referem, emanam dos adultos e que se impõem de forma obrigatória independentemente das circunstâncias.
A moral autonoma a partir dos 6/7 anos de idade, é a moral da cooperação entre diferentes intervenientes sociais e da reciprocidade daí decorrente. O indívidudo faz suas as regras morais que interioriza e cuja necessidade compreende. Admite que elas são mutáveis em função das necessidades humanas e do contexto. A moral autonoma baseia-se no respeito mútuo e não no respeito unilateral. A justiça atinge um estatuto autonómo baseado na reciprocidade e na equidade.