quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ENSINO ESTRUTURADO - AUTISMO

O ensino estruturado consiste num dos aspectos pedagógicos mais importantes do modelo TEACCH. O modelo TEACCH surgiu na sequência de um projecto de investigação que se destinava a ensinar aos pais técnicas comportamentais e métodos de educação especial que respondessem às necessidades dos seus filhos com autismo. Foi desenvolvido por Eric Schopler e seus colaboradores na década de 70, na Carolina do Norte (Estados Unidos da América).
A filosofia deste modelo tem como objectivo principal ajudar a criança com PEA - Problemas Espectro Autismo a crescer e a melhorar os seus desempenhos e capacidades adaptativas de modo a atingir o máximo de autonomia ao longo da vida.
O ensino estruturado que é aplicado pelo modelo TEACCH, tem vindo a ser utilizado em Portugal, desde 1996, como resposta educativa aos alunos com PEA em escolas do ensino regular.

CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: Horários escolares vão ser investigados

CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: Horários escolares vão ser investigados: "www.psicopedagogavaleria.com.br"

Apenas três em cada dez alunos terminam o secundário sem nunca ter chumbado um ano


 


Apenas três em cada dez alunos terminam o secundário sem nunca ter chumbado um ano


21.10.2010 - 07:54 Por Bárbara Wong

Em 1994/95, entraram na escola 109.233 alunos; no final dos 12 anos de escolaridade, apenas 32.526 tinham terminado o 12.º ano. Era este o retrato do ensino secundário em 2005/06, ano em que apenas três em cada dez alunos concluíram o secundário sem nunca ter chumbado um ano.

Um cenário que o Conselho Nacional de Educação (CNE) quer que mude. Para isso, recomenda que sejam criados mais percursos escolares, de preferência individualizados, de maneira a não deixar nenhum aluno para trás. Os jovens que actualmente estão no 8.º ano são os primeiros para quem a escolaridade obrigatória é de 12 anos ou que têm de estar na escola até aos 18 anos de idade.
"Somos bons a ensinar o aluno médio, mas temos problemas em recuperar os que têm dificuldades. Temos dificuldade em atenuar os efeitos da condição de origem dos alunos", reconhece Ana Maria Bettencourt, presidente do CNE, para quem "é preciso mais trabalho na sala de aula". A equipa do conselho vai hoje ao Parlamento entregar o primeiro relatório sobre o Estado da Educação, que prevê fazer anualmente.
O CNE, um órgão que reúne representantes dos parceiros educativos, sociais e económicos, não produz estatística, mas coligiu a existente e faz a partir dela várias recomendações à tutela, da primeira infância ao ensino superior.
A preocupação deste relatório centra-se na "equidade e qualidade do sistema", revela Ana Maria Bettencourt, lembrando que 43 por cento dos alunos do básico e secundário beneficiam de apoio social, o que revela o "nível de carência socioeconómica das famílias". Nesse sentido, o CNE recomenda o "incremento das políticas de apoio educativo, no sentido de garantir melhores condições de frequência e de acompanhamento" dos alunos. Bettencourt lembra ainda que a população portuguesa, embora esteja a mudar, continua a ter qualificações baixas, quando comparada com a média da União Europeia.
O CNE está também preocupado com o abandono e o insucesso escolar. Relativamente ao insucesso, a situação vai mudando à medida que as crianças vão crescendo: ao longo dos seis primeiros anos, mais de 30 por cento dos alunos enfrentam o insucesso e, aos 15 anos, 45 por cento ainda frequentam o 3.º ciclo, quando deveriam estar mais à frente.

Sistema "ineficiente"

As repetências acumulam-se, assim como as dificuldades de aprendizagem. A percentagem de alunos a estudar no secundário, com a idade certa, é ainda muito reduzida. Portanto, o sistema "não assegura as condições" para que os estudantes concluam os estudos no tempo previsto. O secundário ainda tem taxas de transição e de escolarização na casa dos 60 por cento. "O sistema revela-se em boa parte ineficaz e ineficiente", sublinha o relatório.
Combater este problema requer uma sinalização e intervenção precoces e a manutenção, nas escolas, de equipas educativas que acompanhem os alunos ao longo da sua escolarização. São também precisas estratégias pedagógicas que façam "face à imensa heterogeneidade cultural" existente. Sobre este tema, no relatório há um capítulo só dedicado às boas práticas, centrado em agrupamentos que viram baixar as taxas de insucesso graças a medidas como a criação de "ambientes ricos em aprendizagem", através de orquestras ou de clubes, mas também com investimento em estratégias de recuperação dos alunos e de integração dos pais em processos de educação de adultos.
É também preciso mexer na oferta - as escolas não devem criar "guetos" para onde mandam os alunos com insucesso, mas apostar na qualidade. Preocupada, Ana Maria Bettencourt apela para que os efeitos da crise não se façam sentir na Educação.

Mais autonomia




INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO DO AUTISMO


 

Dos instrumentos de diagnóstico, as escalas de observação, Childhood Autism Rating Scale (CARS), das mais documentadas e utilizadas e a Autism Diagnostic Observation Schedule (ADOS), a mais recente, são descritas com algum pormenor, bem como, a entrevista, a mais utilizada na investigação a A Autism Diagnostic Interview-Revised (ADI-R).

AChildhood Autism Rating Scale (CARS), de autoria de Shopler, requer observação directa e entrevista. É composta por 15 itens e pode ser utilizada em qualquer criança com mais de dois anos.
A Autism Diagnostic Observation Schedule (ADOS), foi publicada por Catherine Lord em 1989, seguindo as revisões de 1995 e de 1998. A última versão é aplicável desde a idade pré-escolar em crianças não verbais até adultos verbais, dispondo de quatro módulos (indivíduos não verbais, indivíduos com frases, crianças fluentes e adolescentes ou adultos fluentes). Inclui actividades dirigidas pelo investigador para avaliar a comunicação, a interacção social, o jogo, o comportamento estereotipado, os interesses restritos e outras anomalias comportamentais.
A Autism Diagnostic Interview-Revised (ADI-R), consiste numa entrevista estruturada dirigida aos pais ou aos prestadores de cuidados (C. Lord 1994). É uma entrevista adequada para crianças e adultos com idade mental igual ou superior a 18 meses. Avalia as áreas consideradas nucleares de autismo à semelhança da DSM-IV e da CID-10.


Finanças autorizam contratação de 200 psicólogos para as escolas


O Ministério das Finanças autorizou a contratação de duas centenas de psicólogos para as escolas, anunciou hoje no Parlamento o secretário de Estado adjunto e da Educação, Alexandre Ventura.
Segundo o governante, após estas contratações haverá mais de 800 psicólogos a trabalhar em contexto escolar e não "em contexto lunar".

Foi assim que o secretário de Estado se insurgiu contra as críticas da oposição, que acusou o Governo de baralhar os dados relativos a estes profissionais para não diferenciar os diferentes contextos em que exercem as suas competências, nomeadamente nos territórios educativos de intervenção prioritária (TEIP) e no âmbito das Novas Oportunidades.
Alexandre Ventura acrescentou que esta matéria, polémica nas últimas semanas, depende do Ministério das Finanças, que agora autorizou a sua concretização.
O secretário de Estado afirmou não corroborar as críticas dos psicólogos e dos partidos da oposição sobre a falta de especialistas nesta área em mais de 300 escolas para trabalharem em contexto escolar.
Alexandre Ventura lamentou o clima criado em torno desta questão e, ironicamente, enalteceu a "capacidade de mobilização" da classe.
As escolas irão começar a receber na próxima semana informação para os procedimentos de contratação, acrescentou o secretário de Estado.
Relativamente à redução de verbas inscritas na proposta do Orçamento do Estado para 2011, o governante afirmou que não é pela "alocação de recursos em cima de recursos" que se obtêm melhores resultados, até porque "para alguns os recursos são como os afetos - nunca chegam".

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.)

Com Lusa