A importância das atitudes
Embora o conceito de atitude seja de difícil definição e estudo, conquistou uma posição
importante no domínio das ciências sociais, sendo considerado elemento básico nas
relações sociais.
O conceito de atitude permite identificar o posicionamento de um indivíduo face à
realidade social, ou seja, a sua predisposição para responder a um objecto, pessoa ou
situação de uma forma positiva ou negativa.
O termo atitude, evoca uma linguagem comum, uma maneira de sentir e de uma certa
forma, uma opinião assumida em determinadas circunstâncias.
Verdugo, M., Jerano, C. & Arias, B. (1995), definem atitude, como uma ideia carregada
de emoção que predispõe a um conjunto de ações, face a um determinado tipo de
situações sociais.
Nesta definição encontram-se as três componentes da atitude, a ideia - componente
cognitiva, a emoção - componente afetiva, a predisposição para a ação - componente
comportamental.
A componente cognitiva refere-se ao conjunto de pensamentos, ideias, crenças, opiniões
ou perceções acerca do objecto, que se encontram representadas na memória dos
indivíduos e onde é possível distinguir antecedentes e consequentes cognitivos.
A componente afetiva, relaciona-se com as emoções e sentimentos na presença de um
objeto e que levam o sujeito a aproximar-se (se positivos) ou a afastar-se (se negativos).
Está ligada às necessidades e motivações.
A componente comportamental para Verdugo, M., Jerano, C. & Arias, B. (1995) traduzse
nas reações de um sujeito relativamente ao objeto da atitude.
As atitudes e crenças dos professores, para Malouf, D. & Schiller, E. (1995) parecem
estar relacionadas com o conhecimento, embora diversos autores estejam em desacordo
acerca da relação exata entre eles. Existe no entanto o consenso de que as atitudes estão
mais fortemente relacionadas com aspectos afetivos e avaliativos, do que com aspetos
cognitivos, funcionando para os sujeitos como “verdades” inquestionáveis, sendo por
isso consideradas uma tendência relativamente estável.
Segundo este autor, as atitudes formam-se cedo no indivíduo e desenvolvem-se,
gradualmente, pela experiência e pela aprendizagem, sendo frequentemente a
consequência de interações ou de experiências anteriores. As atitudes e as crenças
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exprimem perceções e pensamentos e funcionam como filtros na interpretação da
realidade, podendo influenciar comportamentos.
Tendo em conta a importância atribuída às atitudes dos professores para o sucesso da
inclusão, Malouf, D. & Schiller, E. (1995), consideram que as inovações educacionais a
introduzir no sistema educativo, deveriam ser seleccionadas em função da sua
adequação aos valores e perceções dos professores.
A prática educativa abrange o conhecimento científico e o conhecimento da pratica,
para Malouf, D. & Schiller, E. (1995) são as crenças e as atitudes dos professores a par
de dois outros factores, o conhecimento, aprendizagem do professor e os fatores
contextuais, condicionam todo esse processo.
Avaliando as atitudes do professor a nível do sentido de eficácia e a nível da integração,
Bender, W.N. Vail, C.O. & Scott, K. (1995) concluíram que o professor com atitudes
mais positivas, são os que usam estratégias de instrução mais adequadas (e com mais
frequência), do que os que têm atitudes menos positivas.
O sentido de eficácia do professor é um constructo psicológico baseado no quadro da
teoria cognitiva da aprendizagem social. Lopes, A.M. (1990), sugere que a motivação é
afetada pela expetativa de resultados, ou seja a crença de que determinados
comportamentos conduzam a determinados resultados, e pela expetativa da eficácia
pessoal, ou seja, a crença na sua competência para executar os comportamentos
conducentes à obtenção desses resultados. De acordo com este autor, as expectativas de
eficácia pessoal e de resultados diferenciam-se na medida em que os indivíduos podem
acreditar que determinada ação produzirá determinados resultados, mas se tiverem
dúvidas acerca da sua capacidade para realizar as atividades necessárias para chegar a
esse resultado, tal crença não terá influência no comportamento.
No sentido de eficácia do professor, Lopes, A.M. (1990) desenvolve um modelo
conceptualizado em termos de duas dimensões: eficácia de ensino ou de resultados, que
se referem à expectativa do professor de que o seu comportamento conduza a
determinados resultados ou seja, que poderá produzir determinados efeitos nas
aprendizagens dos alunos, independentemente dos obstáculos, eficácia pessoal que se
refere ao sentido pessoal de eficácia, enquanto docente, ou seja, à crença na capacidade
de efetuar um determinado tipo de comportamentos.
Dr. manuel Ferreira